No Natal Deus se comunica! Deus não quis permanecer só nem
ficar isolado em seu insondável mistério. Ele nos amou desde
o inicio dos tempos e, por nos amar, nos fez e nos deu tudo: o
paraíso, de onde, por buscar autossuficiência, saímos. Seu amor
sempre nos chamou de volta ao seu convívio, mesmo quando
de nossa teimosia. Na plenitude dos tempos, quis mostrar-se,
fazer-se presente, de um modo pleno e definitivo. Foi do seu
desejo estabelecer uma comunhão conosco. Por isso veio a nós!
Penetrou na fragilidade da criação. Ele quis nos presentear. Não
com um presente qualquer, uma sobra, algo que não mais lhe
fazia falta... Deus nos presenteia com nada mais nada menos
do que a si mesmo. Veio ao encontro de uma criatura especial,
capaz de recebê-lo. Ele, para poder se dar, precisa de alguém
que o possa receber. Este alguém é o ser humano. O coração
e a vida do homem e da mulher são o lugar especial de Deus.
Nossa vida somente encontra sentido e verdadeira realização
quando é capaz de receber e hospedar a Deus. Por isso, nesta
ocasião de confraternização e de eventuais desvios do verdadeiro
sentido do Natal, precisamos estar atentos e manter, apesar das
tentações que se apresentam (comilança, bebedeira, futilidades
e trocas de presentes perecíveis etc.), o coração e os olhos fixos
naquilo que hoje é essencial, o amor, o perdão e a reconciliação,
a amizade sincera, a família.
O Natal nos convida a também renascer, a mudar nossas
concepções daquilo que é realmente essencial na vida, a abraçar,
de um modo novo, tudo e todos os que nos rodeiam e a amar
mais, com um amor e uma gratuidade que se assemelhe àquela
com a qual Deus nos amou e, por nós, se encarnou em nossa
humanidade.
Ao chegar a meia-noite, hora que a tradição supõe ser a hora do
nascimento do Menino Deus, silenciemos, façamos uma prece
em família e amigos, lembremo-nos solidariamente dos que nesta
noite sofrem ou estão sós, nos abracemos e rezemos juntos pela
paz, pela concórdia, pela vida que o Menino vem nos propor e
por nossa aceitação!
E então, sim, demo-nos presentes realmente verdadeiros, porque
Deus nos deu um presente sem preço: deu-se a si mesmo num
menino! Amém!
Mensagem da Equipe Diocesana de Liturgia de Liturgia
Diocese de Santo André - SP
Retirado do "ABC Litúrgico" 24.12.11
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