domingo, 17 de abril de 2011

E toda língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor" - Domingo de Ramos


           
Humilhou-se a si mesmo; por isso,
Deus o exaltou acima de tudo.
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11


6 Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
7 mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
8 humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
10 Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
11 e toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor',
para a glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.

Disponível em: http://www.cnbb.org.br/liturgia/app/user/user/UserView.php. Acessado em: 17/04/2011.


Ao reler a Liturgia da Palavra de hoje, comecei a meditar nesse trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses, e que na minha concepção, é um dos textos mais "fortes" do Novo Testamento. 
O que me chama a atenção?
Em primeiro lugar, esta atitude de Jesus. Mesmo sendo de condição divina, esvaziou-se a si mesmo e tornou-se igual aos homens. No momento em que vivemos, tenho a impressão que somos motivados a viver o contrário: “encher-se" e tornar-se igual a Deus. Afinal, tentações não faltam: o ter, o poder, o fascínio pelo sucesso, a ilusão do dinheiro e tantas coisas mais. Aí vemos a grandeza de Jesus e a radicalidade do Evangelho: é preciso ter coragem para nadar contra a correnteza e esvaziar-se, para depois encher-se de amor, tomar nos ombros a Cruz e oferecer-se em sacrifício pelos nossos pecados.
 Outra coisa que destaco: o fato de Jesus ter sido exaltado por Deus e recebido dele o Nome que está acima de todo o nome. Ou seja, é chamado de Kyrios, O SENHOR, palavra grega que substitui o tetragrama que compõe o Nome de Deus no Primeiro Testamento. O Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 446 a 455, nos explica muito bem a beleza deste título: 

"Pronunciado sob a moção do Espírito Santo, exprime o reconhecimento do Mistério divino de Jesus (...). Assume então uma conotação de amor e afeição, que vai ficar como típica da tradição cristã: «É o Senhor!» 
Ao atribuir a Jesus o título divino de Senhor, as primeiras confissões de fé da Igreja afirmam, desde o princípio, que o poder, a honra e a glória, devidos a Deus Pai, também são devidos a Jesus, porque Ele é «de condição divina»  e o Pai manifestou esta soberania de Jesus ressuscitando-O de entre os mortos e exaltando-O na sua glória.”

Na terceira parte do texto, somos convidados a aceitar este Senhorio de Jesus em nossas vidas. Jesus é o Senhor, mas deve chegar a ser o meu Senhor, quem decide em todas as áreas da minha vida e governa toda a minha existência. Isto não vai anular a minha personalidade. O Catecismo nos diz ainda:

“Desde o princípio da história cristã, a afirmação do Senhorio de Jesus sobre o mundo e sobre a história significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter a sua liberdade pessoal, de modo absoluto, a nenhum poder terreno, mas somente a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é o «Senhor». «A Igreja crê... Que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontra no seu Senhor e Mestre».


Jesus, com sua Cruz, comprou-nos a liberdade. Quando proclamamos seu Senhorio, deixamos que Ele guie nosso barco nas ondas deste mar agitado que é a vida. Paramos de tentar resolver tudo pelas nossas próprias forças e aprendemos a confiar mais. Resistimos menos à sua Vontade e deixamos “Deus ser Deus”.

Por isso quero proclamar:

Já não quero, Senhor, ser o centro de minha vida. Toma Tu a direção. Faz-me desejar e fazer o que Tu queres. Proclamo-Te Senhor de toda a minha vida, meu único Senhor. Abro-Te completamente as portas do meu coração. Entra na minha casa, fica comigo por toda a vida. Amém!

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