quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
O Rosário da Virgem Maria - Parte I
O Rosário da Virgem Maria (Rosarium Virginis Mariae)
Introdução
O Rosário da Virgem Maria é oração amada por numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece,uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Através dele podemos reafirmar, melhor « gritar » Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como « caminho, verdade e vida » (Jo 14, 6).
O Rosário, no seu âmago, é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica,da qual é quase um compêndio.
- Leão XIII - Em 01/09/1883 promugava a Encíclica Supremis apostolatus officio,na qual indicava o Santo Rosário como instrumento espiritual eficaz contra os males da sociedade.
- Beato João XXIII e Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis cultus destacaram o carácter evangélico do Rosário e a sua orientação cristológica.
- João Paulo II - NO início do pontificado, em 29/10/1978, dizia: "O Rosário é a minha oração predilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade (...)"
Com efeito, recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de Cristo. Pode haver também quem tema que o Rosário possa revelar-se pouco ecuménico pelo seu carácter marcadamente mariano. Na verdade, situa-se no mais claro horizonte de um culto à Mãe de Deus tal como o Concílio delineou: um culto orientado ao centro cristológico da fé cristã, de forma que, « honrando a Mãe, melhor se conheça, ame e glorifique o Filho ».Se adequadamente compreendido, o Rosário é certamente uma ajuda, não um obstáculo, para o ecumenismo!
Porém, o motivo mais importante para propor com insistência a prática do Rosário reside no facto de este constituir um meio validíssimo para favorecer entre os crentes aquele compromisso de contemplação do mistério cristão. O Rosário situa-se na melhor e mais garantida tradição da contemplação cristã. Desenvolvido no Ocidente, é oração tipicamente meditativa e corresponde, de certo modo, à « oração do coração » ou « oração de Jesus » germinada no húmus do Oriente cristão.
A dar maior actualidade ao relançamento do Rosário temos algumas circunstâncias históricas. A primeira delas é a urgência de invocar de Deus o dom da paz.
O relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época.
Numerosos sinais demonstram quanto a Virgem Maria queira, também hoje, precisamente através desta oração, exercer aquele cuidado maternal ao qual o Redentor prestes a morrer confiou, na pessoa do discípulo predilecto, todos os filhos da Igreja: « Mulher, eis aí o teu filho » (Jo 19, 26).
Seria impossível citar a multidão sem conta de Santos que encontraram no Rosário um autêntico caminho de santificação. Bastará recordar S. Luís Maria Grignion de Montfort, autor de uma preciosa obra sobre o Rosário(12); e, em nossos dias, Padre Pio de Pietrelcina, que recentemente tive a alegria de canonizar. Além disso um carisma especial, como verdadeiro apóstolo do Rosário, teve o Beato Bártolo Longo. O seu caminho de santidade assenta numa inspiração ouvida no fundo do coração: « Quem difunde o Rosário, salva-se! ».(13)Baseado nisto, ele sentiu-se chamado a construir em Pompeia um templo dedicado à Virgem do Santo Rosário no cenário dos restos da antiga cidade, ainda pouco tocada pelo anúncio cristão quando foi sepultada em 79 pela erupção do Vesúvio e surgida das suas cinzas séculos depois como testemunho das luzes e sombras da civilização clássica.
Com toda a sua obra e, de modo particular, através dos « Quinze Sábados », Bártolo Longo desenvolveu a alma cristológica e contemplativa do Rosário, encontrando particular estímulo e apoio em Leão XIII, o “Papa do Rosário”.
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